Barracão que pegou fogo no Paraná e deixou prejuízo de R$ 40 milhões para empresa estava irregular desde 2018, diz prefeitura
O barracão que pegou fogo em Maringá, no norte do Paraná, e deixou prejuízo de R$ 40 milhões para empresa distribuidora de autopeças para caminhão, estava irregular desde 2018. A informação foi confirmada pela prefeitura da cidade.
O local faz parte de um complexo de cinco barracões. Dois deles tinham sido locados pela empresa Compre Peças, que afirmou que não sabia da situação irregular. Segundo a prefeitura, o proprietário dos imóveis foi notificado para regularizar as construções, construídas sem autorização, e recebeu multas que totalizam mais de R$ 244 mil.
“O processo de embargo começou em setembro do ano passado. Como não houve cumprimento, o proprietário foi notificado por reincidência e multado neste ano novamente”, informou a prefeitura.
De acordo com o advogado da empresa, Emerson Farias, os barracões foram alugados em outubro, mas o início da vigência do contrato de locação era a partir do dia 1º de dezembro. No documento, também estava especificado que todas as liberações e aprovações de órgãos competentes estavam em dia.
Contudo, quando a empresa tentou contratar um seguro, os documentos foram solicitados e o proprietário do imóvel pediu alguns dias para fornecê-los, mas não entregou. Por isso, os maquinários e o imóvel não tinham seguro, segundo Farias.
O g1 entrou em contato com o proprietário dos barracões, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
O advogado explicou que a empresa possui filiais em Itajaí, em Santa Catarina, e em Sinop, no Mato Grosso. Os proprietários são de Maringá e tinham recentemente optado por centralizar a distribuição das peças na cidade.
“Eles trouxeram todo o estoque de Sinop para Maringá e estavam montando para inaugurar na quarta-feira. […] Eles importam essas peças da China, são muitas fibras de vidro, plástico, e chegam no porto de Itajaí. Uma parte fica no depósito de lá, outra ia para Sinop e outra vinha para Maringá”, disse o advogado.
Nesta quarta-feira (17) peritos da Polícia Científica foram até o local. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil (PC-PR) que apura se há indícios de que o incêndio tenha sido criminoso.
Leia também:
- Pedido de ajuda: Mulher esconde celular na calcinha para conseguir denunciar cárcere privado no Paraná, diz polícia
- Veja a história: Enquanto trabalhava em livro infantil sobre autismo, ilustrador se identifica com protagonista e procura diagnóstico
- Oportunidade: Tribunal de Justiça do PR abre concurso com salários iniciais de R$ 34 mil
Incêndio causou prejuízo de R$ 40 milhões às vésperas de inauguração de empresa
O barracão pegou fogo na tarde de domingo (14). As chamas consumiram os maquinários, mercadorias e o telhado de metal e a estrutura de alvenaria ficou comprometida. Apesar da gravidade do incêndio, ninguém ficou ferido.
O fogo começou por volta das 16h e se transformou numa fumaça preta e densa que pode ser vista de toda a cidade.
Conforme o advogado da empresa, o local teria uma inauguração social do setor de telemarketing, na próxima quarta-feira (17), para marcar o início das operações da empresa em Maringá, e iria abrigar 50 funcionários.
Segundo o Corpo de Bombeiros, testemunhas contaram que pessoas estavam trabalhando no local e que faíscas de solda teriam dado início ao incêndio. Contudo, as causas serão apuradas e uma perícia técnica contratada pela empresa.
O barracão possui 1700 metros quadrados e havia sido locado com outra unidade para abrigar a empresa. Corpo de Bombeiros isolou o local devido à estrutura estar comprometida e com risco de tombamento.
“Isolamos o local para ninguém acessar, pois o grande perigo é a insegurança da estrutura. Duas paredes ficaram bastante inclinadas, com risco de queda. Após uma vistoria com engenheiros da prefeitura, aí, sim, vamos conseguir revirar o ambiente com maquinário adequado. É um trabalho que vai demorar um pouco mais, pois são estruturas pesadas”, informou a tenente do Corpo de Bombeiro, Hanna Yuri.
Apesar da situação, o advogado esclarece que a empresa não estuda decretar falência, pois ainda tem outras filiais.
“A operação em Maringá era 70% da operação deles. É uma empresa sólida, apesar deste tombo que eles tomaram. Eles têm um bom crédito com fornecedores chineses, mas a gente não sabe o que vai acontecer. A gente vai estudar as possibilidades jurídicas. […] São famílias que agora podem ficar desamparadas, pois talvez a empresa não tenha como pagar. Talvez esse mês consegue, mas não sabe o mês que vem como vai ficar. Toda e qualquer a ajuda para a empresa neste momento será bem-vinda”, disse Farias.
Vídeos mais assistidos do g1 Paraná:
Leia mais notícias da região em g1 Norte e Noroeste.
Fonte Original: G1
Publicar comentário