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Com indução de lactação, mãe consegue amamentar filha biológica gestada por outra mulher, no PR; entenda

Daiane Cristina Pereira Chociai, paranaense que realizou o sonho de ser mãe após contar com uma barriga solidária, está conseguindo amamentar a filha biológica mesmo que ela tenha sido gestada por outra mulher.

A pequena Maria Caroline nasceu na última quarta-feira (26), após ser gestada por Adrieli Almeida Blum, prima do marido de Daiane. Eles utilizaram uma técnica conhecida como “gestação por substituição”. No caso deles, o casal doou óvulo e espermatozoide para formar o embrião que foi implantado na prima – por isso, por mais que gestação tenha sido de Adrieli, Maria Caroline não é filha biológica dela.

A família é de Ivaí, nos Campos Gerais do Paraná.

Para conseguir amamentar, Daiane fez a chamada indução da lactação. Conforme a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), a técnica envolve o uso de hormônios, medicamentos e estímulos mecânicos para desencadear a produção de leite em mulheres que não engravidaram.

No caso da paranaense, os procedimentos adotados foram o uso de um remédio que aumenta os níveis de um hormônio essencial para a produção de leite materno e, também, a utilizaçde uma bomba de sucção, para simular o movimento da amamentação antes do nascimento da criança.

Para Daiane, o nascimento da filha é a realização de um sonho. Ela descobriu, na adolescência, que nasceu com uma síndrome rara no útero, mas nunca perdeu o desejo de se tornar mãe. Ela e o marido estão juntos há 24 anos.

“No instante em que a Maria Caroline chegou ao mundo, nosso coração pareceu parar e recomeçar ao mesmo tempo. Foi um misto de alívio, gratidão e um amor tão grande que nem cabia no peito. Ali, entendemos o verdadeiro significado de milagre. Junto disso, a gratidão imensa pela Adrieli, que trouxe nossa pequena ao mundo com tanto amor e coragem. Nosso milagre veio por completo!”, destaca o casal.

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🍼Como funciona a indução da lactação

Para mães que não gestaram os próprios filhos conseguirem amamentá-los, existe a indução da lactação, procedimento que consiste em imitar o mesmo processo biológico que ocorre em uma mulher grávida.

➡️ Se a pessoa tiver vários meses para se preparar, o médico pode prescrever terapia hormonal, com estrogênio e progesterona, para mimetizar os efeitos da gravidez, acompanhada de algum medicamento com galactagogo – uma substância que promove a lactação.

A mais comumente usada é a domperidona, presente em remédios para enjoo. Ela tem um efeito “off label”, ou seja, além da sua finalidade principal, costuma funcionar bem para esse fim.

➡️ Mas a parte mais essencial do processo, a sucção, independe de remédios, então, mesmo sem hormônios, é possível ter um bom resultado, diz a pediatra Honorina de Almeida, especialista em aleitamento materno pela International Board Certified Lactation Consultant (IBCLC).

Ela explica que a sucção – do bebê ou simulada – é necessária para liberar prolactina, que atua na produção de leite, e a ocitocina, o “hormônio do amor”, que causa contrações nos ductos mamários fazendo com que o leite seja empurrado para os mamilos.

Esses dois hormônios fazem parte de um complexo processo hormonal que é desencadeado a partir da hipófise, uma pequena glândula localizada na base do cérebro, logo abaixo do hipotálamo, que recebe a informação de que a produção do leite é necessária.

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Fonte Original: G1